VI Colóquio
Platônico ARAÚJO, Carolina de Melo Bomfim O sexto livro da República de Platão revela que o caminho mais longo (makrotéra kaì pleíon hodòs – 435d2) que Sócrates trilhara no confronto com as três ondas do riso é na verdade um contorno (makrotéra eíe períodos – 504b2), uma recuperação do que ficou de fora (apoleîpon – 504c1) segundo a noção de que nada é medida se for incompleto (atelès gàr oudèn oudenòs métron – 504c2-3). As noções de circularidade e completude marcam o propósito de se alcançar um télos, de se conduzir o aprendizado superior ao fim (toû megístou te kaì málista prosékontos mathématos epì télos oúpote héxei – 504d2-3), que tem como objeto a ideia de bem (he toû agathoû idéa mégiston máthema - 505a2). [ índice ] ASSUNÇÃO, Teodoro Rennó O objetivo deste comentário pontual é investigar o sentido e a origem da expressão proverbial “a necessidade de Diomedes” (he Diomédeia anánke) – que provavelmente remete ao episódio, situado na Pequena Ilíada, do roubo do Palládion por Diomedes, a tentativa de Ulisses de matá-lo, e a reação de Diomedes que se antecipa, o amarra e obriga-o a caminhar sob golpes de espada (Hesychius delta 1881; Pausanias, Att. delta 14; Conon FGrHist. 26F 1.34; Adam, J., Comentário a Resp. VI, 493d) – e o seu uso por Platão, nesta passagem do livro VI da República, como imagem para a coerção exercida pela maioria (ou multidão, hoi polloí) sobre aquele que – “apresentando um poema ou uma outra obra pública ou um serviço à cidade” – se submete, além do que é necessário, ao juízo ou gosto daquela.
[ índice ] BOERI, Marcelo Diego En la historia de la interpretación de República VI ha habido cierto consenso entre los estudiosos en cuanto a la posibilidad de distinguir entre conocimiento 'intuitivo' (nóesis) e 'discursivo' (diánoia) en la sección superior de la línea dividida (509d2: tò mèn noetoû génous te kaì typou; 510a9: tò gnostón). En las últimas décadas ese enfoque ha sido seriamente puesto en duda; algunos estudiosos de Platón (Baltzly y Trabattoni entre otros) han argumentado que no hay una diferencia esencial entre la nóesis como una especie de diánoia), y se han inclinado por la interpretación proposicional más que intuitiva del conocimiento en República. [ índice ] BOLZANI FILHO, Roberto A elaboração da figura do filósofo, da natureza filosófica que deve governar a cidade, leva Platão a estabelecer uma relação profunda entre Metafísica e Ética, como se pode observar nas afirmações de Sócrates: “Aquele, Adimanto, que tem seu pensamento verdadeiramente voltado para os seres... vendo e contemplando objetos ordenados e imutáveis que, entre si, nem cometem nem sofrem injustiças e se mantêm todos em ordem e segundo a razão, tenta imitá-los e assemelhar-se a eles... Assim o filósofo, convivendo com o que é divino e ordenado, torna-se ordenado e divino na medida do possível para um homem” (500b-d). [ índice ] BRANDÃO, Jacyntho José Lins O livro VI da República desenvolve sua argumentação sobre a natureza e as condições de sobrevivência do filósofo nas cidades históricas propondo algumas alegorias inspiradas da poesia grega, tais como a do estado como uma nau comandada por um mau comandante e a do bem como um sol. Essas alegorias são apresentadas como pequenas narrativas que se servem dos recursos literários recomendados pelo diálogo nos livros II e III em sua avaliação sobre a poesia grega tradicional, em particular a dos poemas homéricos e de Hesíodo. [ índice ] BUTTI DE LIMA, Paulo Contrariamente ao que foi afirmado, a imagem do navio e de seu piloto, no livro VI da República (488 a - 489 b), não é simplesmente uma referência ao caráter prático da atividade de governo do filósofo, a última no diálogo, antes da análise filosófica do processo de conhecimento. Ao contrário, esta é a única imagem que permite a Platão estabelecer que o conhecimento do governante no comando da cidade corresponde, diretamente, ao conhecimento filosófico. Ou ainda, que a sabedoria do governante, e da cidade em seu todo, como mencionada no livro IV, é a mesma do verdadeiro filósofo. [ índice ] CORRÊA, Paula da Cunha Na alegoria da nau do estado proposta por a Adimanto em República, VI, 488a-489d, Sócrates tematiza a acusação de inutilidade contra a filosofia em função de um antigo tópos literário que remonta a Arquíloco de Paros e teria já extensa fortuna à época de Platão. A referida passagem também evoca o poeta elegíaco e coral Simônides de Céos, que, assim como Arquíloco, já havia sido citado na República. Neste estudo desenvolverei uma análise literária dessa alegoria a partir da comparação dos recursos do jambo com a narrativa simples proposta anteriormente no diálogo.
[ índice ] COSTA, Admar Almeida da Ao chegarmos ao livro VI da República, sentimos ainda o efeito da maior e mais perigosa das três ondas anunciadas no livro V e que quase fez naufragar a discussão sobre o rei-filósofo. Desafiado agora a provar que tal filósofo não é nem perverso nem inútil, Sócrates identifica-o com “um perfeito guerreiro” (503b-5) capaz de vencer o medo e a inclinação ao prazer e, além disso, suportar o estudo da mais elevada das ciências, a ideia de bem. O bem é a finalidade da busca pelo saber, mas sua definição acarreta sérias dificuldades, o que leva Sócrates a negar a seus interlocutores uma exposição nos moldes daquela apresentada sobre a justiça e o belo. Esquivando-se de falar sobre o bem em si, Sócrates oferece-nos uma imagem sobre o filho do bem, o Sol, que seria muito semelhante ao pai, ao dizer que “é o Sol, filho do bem, que o bem gerou à sua semelhança, o qual o bem é, no mundo inteligível, em relação à inteligência e ao inteligível, o mesmo que o Sol no mundo visível em relação à vista e ao visível” (508b-c). Apesar da recusa em falar do bem em si, Sócrates esclarece que o acesso ao bem depende do poder da dialética e da disposição do verdadeiro dialético em percorrer um longo caminho de subida e descida em sua direção, o que motiva algumas questões. Em primeiro lugar, é preciso saber que tipo de saber dialético é compatível com a expectativa socrática, nessa altura da República, e se tal saber é o mesmo que Sócrates e seus principais interlocutores já vêm praticando desde o livro I. Por outro lado, diante de dois caminhos, um mais longo e outro mais curto, qual a razão de seguir pelo atalho, apresentando-nos uma exposição imagética do bem, no lugar de sua definição dialética? Compreendendo a dialética como um poder que se mostra a partir do seu próprio exercício no diálogo em questão, buscaremos conectar as práticas dialéticas de perguntar e responder, de dividir e reunir “segundo a espécie” (kat’ eíde), da apreensão do bem e, desse modo, favorecer uma comprensão da ideia de bem como dependente do contexto da República como um todo, e dos livros V, VI e VII em especial.
[ índice ] COSTA, Ivana En un apasionante pasaje de República VI, allí donde Sócrates debe defender la condición del filósofo para el buen gobierno de la pólis sana, Platón compara a la filosofía con una "doncella huérfana" (epíkleros) con la que no quiere casarse ninguno de sus parientes cercanos, a quienes corresponde hacerlo por ley. En este mismo libro se emplean otras metáforas de la exclusión social (los marineros ruines que desconocen la autoridad del capitán grande y lerdo; el esclavo que, por un azar favorable, se casa con la hija de su patrón). En otros diálogos aparecen otras comparaciones con otros tantos lugares sociales desaprobados o menospreciados (en el Timeo, de hecho, el tipo de saber con el que captamos el “espacio” se denomina "razonamiento bastardo"). [ índice ] FLORES-JÚNIOR, Olimar Na República, depois de tentar conciliar, no final do livro V (473c e ss.), saber e poder (a maior das três vagas de objeções, a instituição do rei-filósofo), Platão se empenha em mostrar o que define os que são filósofos e os que não são (hoi philósophoi kaì hoi mé, 484a), tema que dominará todo o livro VI. [ índice ] FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho Esta exposição examina a construção do tipo de governante proposto para a cidade planejada. É possível reconhecer, nesse perfil, a triagem operada por Platão nos atributos de personagens épicos, recolhendo os componentes positivos e afastando os elementos espúrios dessas matrizes poéticas. Espera-se que esse exame evidencie o modo como Platão construiu, meticulosamente, o protótipo real dos soberanos da República, mediante uma dialética que apreende a contradição constitutiva do governante, exposta a partir do recorte operado nas figuras de heróis opostos, personagens estes verossímeis em sua inteireza e, nessa medida, concernentes ao mundo fenomênico, referidos a imagens profundamente enraizadas na cultura grega. Podemos constatar, portanto, que os procedimentos construtivos mobilizados na República são rigorosamente ideais, reportando-se, de modo sintético, ao plano racional e ao efetivo, com a posição do conceito dependendo essencialmente dessa passagem de um campo para o outro. Dessa perspectiva serão consideradas também as proposições referentes à célebre passagem sobre a “linha”. O título da comunicação diz respeito ao transito possível entre os níveis de saber ― do plano ideal ao empírico, do sol à sua imagem ― posição solidária com o projeto de intervenção demiúrgica na política.
[ índice ] GIOIA, Flavia G La expresión didónai lógon cumple un papel preponderante en la filosofía platónica. Platón la utiliza a lo largo de todo el corpus. Entre sus apariciones más relevantes se destacan las de República, que si bien han sido detenidamente analizada por los especialistas, siguen mereciendo ser examinadas, como tantos otros pasajes de la obra de Platón. En este trabajo intentaré dilucidar la significación de esta expresión tan cara a Platón tal como la encontramos especialmente en Rep. VI, 510c-d. Con tal fin tendré en cuenta tanto el contexto en que se inserta como su relación con los conocidos pasajes afines del libro VII -531e y 534b- además de sus antecedentes en el marco de la segunda navegación del Fedón, sin dejar de lado las discusiones actuales acerca de la concepción platónica de la filosofía y el carácter intuitivo o discursivo de la dialéctica. Por otra parte, llevaré a cabo mi investigación sobre la base del establecimiento, en los primeros diálogos y en los de transición, de un verdadero dialégesthai que, en contraposición con la erística, busca ofrecer un discurso consistente, que tienda a aprehender la verdad al exhibir el modo de ser de cada cosa para sí y para otros.
[ índice ] HADDAD, Alice Bitencourt Sócrates (a partir de 506e), dizendo-se incapaz de falar sobre o Bem, preferindo, então, falar sobre o que há de mais semelhante a ele, seu descendente ou filho (éngonos), traz uma exposição sobre as ideias e sobre a possibilidade de elas serem pensadas e conhecidas calcada na visão sensível. O que nos ocorre como uma questão, e que pretendemos explorar, é se podemos encontrar no texto de Platão uma teoria da percepção, especificamente da visão, que forneça os elementos convenientes ao filósofo para sua defesa da cognoscibilidade das ideias. Em última instância, será que outras interpretações sobre como se dá a visão serviriam à explanação de Sócrates no livro VI?
[ índice ] HIRSCH, Antonio Carlos Luz O Livro VI de Politeía inicia a explicação da maneira como vem a ser possível o conhecimento filosófico precisamente se referindo a uma noção que foi banida do vocabulário da epistemologia e das análises do conhecimento em Platão. Tenho em mente a noção expressa pelo termo elpís, tradicionalmente traduzido como “esperança”. As duas ocorrências de elpís no primeiro segmento do Livro VI salientam o tratamento político que Platão dedica à questão. Como nexo entre desejo e ação, elpís permeia duas maneiras distintas de organização da pólis, uma injusta e a outra justa. A ambiguidade com que Platão aborda o tema e a tentativa de precisar a elpís que move o filósofo constituem um momento oportuno para uma reflexão sobre a natureza do conhecimento filosófico, objeto premente do núcleo do diálogo.
[ índice ] HOLLANDA, Luisa Severo Buarque de No passo 487b do sexto livro da República, Adimanto interrompe a fala de Sócrates com uma espécie de desafio, exposto, grosso modo, da seguinte forma: os fatos mostram que os que se dedicaram à filosofia quando eram novos, e persistiram nesses estudos, tornaram-se, ou bem perversos, ou bem inúteis para a cidade; seria possível defender a filosofia de tal acusação? Ora, as duas acusações apontadas por Adimanto, a saber, a de inutilidade e a de perversidade, podem ser utilizadas, não por acaso, para resumir as características do Sócrates de As Nuvens. A presente comunicação visa a desenvolver algumas possíveis relações entre a famosa comédia de Aristófanes e a defesa socrática que se segue ao desafio de Adimanto, detalhadamente desenvolvida ao longo de boa parte do Livro VI.
[ índice ] JATOBÁ, Maria do Socorro Após concluir a arquitetura da segunda pólis e anunciar que a única possibilidade de mantê-la justa consistiria na união entre o poder político e a filosofia, ou seja, que o filósofo seja o rei (livro V), Sócrates, no Livro VI, discute a educação do Rei-Filósofo enquanto amante da sabedoria, portanto das coisas difíceis, capaz de respeitar as leis e ignorar os interesses pessoais. O presente trabalho pretende discutir as relações entre filosofia, política e epistemologia e suas implicações na elaboração do argumento da Linha dividida.
[ índice ] LOPES, Antonio Orlando de Oliveira Dourado Os diálogos platônicos referem-se à verdade com o substantivo alétheia, com os adjetivos alethés e alethinós e com o verbo aletheúo. Os motivos dessa variação de formas da família aleth- não são patentes, não revelando de saída se obedecem ou não a algum programa terminológico específico (como seria o caso se algum interlocutor dos diálogos se tivesse referido em algum momento com clareza às suas escolhas quanto a estes termos). Ao oferecer-nos uma pluralidade de tons e estilos de discurso, a natureza 'mimética' dos diálogos tende a tornar opacos esses critérios, apresentando-os já combinados com uma rica plurivocidade. A multiplicação da quantidade de formas gramaticais da família aléth- pela variedade dos personagens dos diálogos nos deixa com uma quantidade de variáveis difícil de ser equacionada. [ índice ] MARQUES, Marcelo Pimenta A comunicação retoma a discussão do uso de imagens na exposição sobre a dialética no livro VI, em particular na reflexão sobre o bem (505b-509c). Extraímos as questões que dirigem nossa pesquisa do próprio contexto argumentativo, que parte da denúncia da insuficiência das aparências (tà dokoûnta) perante a efetividade das coisas boas (tà agathá – tà ónta) (505d5-9). Que concepção teórica da imagem está em jogo que permite justamente uma crítica radical da mesma enquanto aparição pré-reflexiva, mas que, por outro lado, conta com ela como análogon privilegiado do inteligível (506e3-7 – filho do bem – ékgonós toû agathoû)? Que dimensões da metáfora visual são legítimas, quais os seus limites? Em que medida a imagem é capaz de articular prazer e conhecimento, opinião e ciência, retórica e dialética?
[ índice ] MESTI, Diogo Norberto O objetivo deste trabalho é questionar se o tratamento epistêmico dado a eikón da ideia do bem pode ser estendido ao eídolon da justiça, como se, nas palavras de Desclos (2000), a eikón e o eídolon “fossem próximos”, epistemologicamente próximos. Neste sentido, a proposta deste trabalho é descobrir um papel positivo para o eídolon distanciando-o do caráter epistêmico; isto porque a eikón do bem é um aprimoramento epistêmico da pesquisa que atingiu um esboço das virtudes no livro IV da República, onde o resultado chegou a um eídolon da justiça ligado ao sonho. Por isso, será aprofundada a diferença entre o sonho dos eídola e a cientificidade das eikónes no livro VI da República de Platão.
[ índice ] MESQUITA, António Pedro Em diversos locais do corpus (Men.88a; R.VI, 485e-487a; Ep.VII, 344ad), Platão enumera aquilo a que poderíamos chamar as “qualidades do filósofo”, os atributos e talentos necessários para se ser um “amigo da sabedoria”. [ índice ] MOTTA, Guilherme Domingues da No passo 485d da República, ao tratar das naturezas filosóficas, Sócrates estabelece que se os desejos (epithymíai) se inclinam fortemente para um objeto, se tornam mais fracos para o resto, como se fosse uma torrente desviada para aquele. Uma boa compreensão desse passo exige o seu cotejo com a afirmação feita em 580d, segundo a qual há três tipos de desejos (epithymíai) relacionados cada um com um dos três elementos constituintes da alma. É a partir dessa última passagem que se pode compreender melhor a concepção platônica sobre a alma, que está na base da afirmação de que os desejos podem ser desviados para diferentes objetos, a qual não parece permitir que se conclua que todos os tipos de desejo possam se dirigir a qualquer objeto, nem que o desejo seja proveniente de uma fonte única e, a partir dela, se dirija a diferentes objetos.
[ índice ] MORAES AUGUSTO, Maria das Graças de Em República, 487a e 490a, ao descrever a ‘natureza do filósofo’, Sócrates enfatizará um aspecto dessa natureza: a megaloprépeia. Ora, esse aspecto será assinalado em 495d, “philosophías tò akhíoma megaloprepésteron leípetai”, como sendo o elemento que a diferencia das demais tékhnai e estará no cerne da argumentação apresentada em 500d, que faz do filósofo um demiurgo "de sophrosýne, dikaiosýne e de toda a demotikè aretê ”. [ índice ] PRADO, Germano Nogueira Em República, VI, 506d, Sócrates é instado por Glaucon a fazer sobre o bem (agathós) uma exposição tal como a que foi feita a respeito da justiça (dikaiosýne) e do temperança (sophrosýne). Sócrates se esquiva, argumentando que: 1) uma exposição dessa natureza estaria além de suas forças, de tal modo que seu cuidado “desajeitado” a respeito de sua capacidade ou não para tal tarefa, e do caminho para levá-la a cabo, pode chegar a causar riso (506d); 2) o impulso que todos eles imprimiram à investigação até então estaria, por agora, aquém daquilo que Sócrates, ele próprio, concebe como bem (506e). Em vez disso, Sócrates passará a falar “indiretamente” disso que é o mégiston máthema (504e), em vista do qual a alma tudo faz, adivinhando-lhe o valor sem poder, todavia, chegar à certeza com relação ao seu ser (505e). No âmbito desse discurso que se esquiva se inserem a exposição do filho do Bem, o Sol, símile do pai; a linha dividida; a imagem da caverna. [ índice ] RIBEIRO, Adriano Machado O início do livro VI da República contrapõe o conhecimento dos que sabem o que é o justo e as demais virtudes ao dos que vagueiam na multiplicidade. Afirma-se a necessidade de os guardiães se dedicarem ao conhecer, visto esta separe os possuidores da visão dos que estão cegados. Para tanto, salienta-se a phýsis e a paidéia como ponto de partida e de manutenção do conhecimento do verdadeiro. A natureza filosófica se dedica, assim, ao amor da verdade, mantendo a inteireza da alma pelo prazer do eterno. [ índice ] SANTA CRUZ, Maria Isabel En la sección final de República VI, en el segmento inferior de la línea dividida, la pístis aparece como una modalidad de la dóxa, cuyo objeto son los seres vivos y los objetos artificiales, diferenciada de la eikasía, cuyo objeto son las sombras y reflejos. En esta comunicación interesa comparar la caracterización y función de la pístis en República con la que aparece en otros diálogos, en particular en Gorgias y Menón. Se tratará de mostrar que en Gorgias, a diferencia de República, Platón contrapone la epistéme a la pístis, y no a la dóxa, seguramente porque en el contexto de ese diálogo le interesa marcar la fuerte relación entre pístis y peithó, entre convicción y persuasión, mientras que en República, diálogo en que está presente ya la teoría de las Ideas, el interés principal radica en la caracterización de modos de saber en relación con tipos de objetos. Por otra parte, se examinará hasta qué punto el concepto de dóxa que está en juego en Menón responde a la concepción de la dóxa en República VI y de la pístis en Gorgias.
[ índice ] TULLI, Mauro Platone, con il III e con il X libro della Repubblica, giunge al rifiuto della mimesis. L'autore con la mimesis non è più rintracciabile, suggerisce maschere pericolose per la paideia, è da bandire dalla polis, perché apre le scene al male (392 c-398 b). Non ha un sapere, indica un panorama di pallide ombre. Per duplice distanza dall'aletheia, nutre di pathos l'anima irascibile, rievoca phantasmata, un'apparenza ingannevole (595 a-608 b). Ma il rifiuto della mimesis è certo superabile. Da tempo la critica osserva che Platone, con il V libro della Repubblica, scopre nella mimesis lo strumento capace di rendere la decisiva luce dell'aletheia. Certo non è da bandire dalla polis l'agathos zographos, che nella mimesis trova il rapporto con il paradigma, con la condizione degli dei (471 c-473 b). Un risultato della mimesis è qui la produzione letteraria che Platone offre, la trama della Repubblica, fedele rispecchiamento di un sapere, il sapere sulla polis. Ma l'agathos zographos ha subito dopo, con il VI libro della Repubblica, un volto concreto: è il filosofo che procede in funzione della paideia (484 a-485 a). Per la consuetudine con il paradigma, to physei dikaion kai kalon kai sophron, il filosofo ne garantisce sempre il rapporto con l'immagine relativa (500 b-502 a). Un rapporto che non è difficile accostare al canone dell'orthotes che Platone, con il II libro delle Leggi, auspica (667 b-668 c). [ índice ] |